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57 AutoData | Maio 2025 po Fiat comprou a unidade para herdar estes benefícios e construir uma fábrica de carros no Estado, o que foi autorizado por um decreto presidencial no apagar das luzes de 2010. Até hoje a TCA funciona no mesmo local como subsidiária do grupo e produz chicotes para Goiana, para preservar os benefícios à planta de automóveis. Àquela altura, no mesmo 2010, o então Grupo Fiat já havia comprado e salvo da falência o Grupo Chrysler, do qual a Jeep era uma das marcas, dando origem à criação da FCA. Houve então a decisão de construir a fábrica de Goiana para fazer modelos Jeep – mais caros e, portanto, mais beneficiados pelos incentivos tributários do Regime do Nordeste que vigora até hoje e foi estendido até 2032. Foi dessa forma que a antiga e mirrada linha de produção da Jeep em Pernambuco tornou viável o investimento em uma das maiores fábricas do País. NA CRISTA DA ONDA SUV Mais do que introduzir uma nova fabricante de veículos no País a Jeep fez crescer – e muito – a onda de SUVs que hoje domina cerca de metade das vendas de automóveis no mercado brasileiro. Focada 100% na produção de SUVs com grandes capacidades off-road a Jeep foi responsável por cerca de 30% do crescimento deste segmento no Brasil, aponta Hugo Domingues, vice-presidente da Stellantis responsável pela marca na América do Sul: “Há dez anos apenas SUVs simples eram produzidos no País [como Ford EcoSport e Renault Duster], os mais sofisticados eram todos importados com preços iníveis. Existiam poucos modelos e pouca competição neste nicho. Isto até que o meteoro Jeep caiu em Pernambuco e tornou-se uma opção viável”. Não só viável como também mais disponível, com três modelos nacionais e três importados à venda em 240 concessionárias espalhadas em quase todos os estados brasileiros, em uma sinergia de distribuição, pois boa parte da rede é formada por grupos que também são distribuidores oficiais de outras marcas do Grupo Stellantis. Com mais de 95% de suas vendas no País lastreadas nos três modelos produzidos em Goiana, que trafegam na faixa de preços que começam em R$ 120 mil, o Renegade mais simples, e a dos R$ 335 mil no caso do Commander topo de linha, mesmo com valores altos a Jeep é hoje a sétima marca de veículo mais vendida no Brasil e a única que já vendeu mais de 1 milhão de SUVs por aqui. Em anos recentes não era raro encontrar Renegade e Com na lista dos dez carros mais emplacados do País. Com o lançamento do compacto Renegade em 2015, seguido pelo médio Com lançado em 2016 com inovações ainda pouco comuns no Brasil, como os sistemas eletrônicos de assistência ao motorista, até o sofisticado Commander de grande porte em 2021 – primeiro Jeep desenvolvido fora dos Estados Unidos – a marca conseguiu cobrir com sucesso todas as categorias de SUVs no mercado brasileiro usando uma só plataforma, aproveitando evidentes ganhos de escala. São todos carros que mudaram pouco na aparência nos últimos anos mas que conservam bom desempenho comercial respaldado pela aura de marca aspiracional da Jeep, que há dez anos ganhou sua bem-sucedida porção brasileira – a ser ampliada em breve com a chegada do Avenger. Linha de produção do Renegade inaugurou a fábrica de Goiana, em 2015: modelo ganhará nova geração e conviverá com o Avenger, garante a Stellantis.

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